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05 fevereiro 2013

Historia do Laço Comprido


LAÇO COMPRIDO 

Resumo da História do LAÇO COMPRIDO como ESPORTE no MS.


A colonização do antigo MATO GROSSO teve por base o triângulo HOMEM, BOI e CAVALO.

Em 1493, os cavalos espanhóis pisam pela primeira vez em terra americana, na ilha La Española, hoje São Domingos e, são os antepassados diretos, de todos os cavalos "crioulos" americanos.

Em 1540 Don Pedro de Mendonça fundou Buenos Aires pela primeira vez. Os espanhóis foram expulsos pelos índios guaranis e abandonaram seus bois e cavalos na fuga.

Em 1.580 voltaram a fundar Buenos Aires pela segunda vez, já encontrando milhares de cavalos nas planícies da Argentina e os índios a cavalo!  

Em 1767 Don Alvar Nunes Cabeça de Vaca, terceiro Governador do Paraguai, mandou adquirir em São Vicente, na Província de São Paulo, uma manada de 1.000 cabeças de gado vacum, alguns touros e umas dezenas de animais cavalares e mandou transportá-los pelo interior do Brasil, até Assunção, cruzando os sertões do Mato Grosso.

Na travessia dos descampados dessa terra de ninguém, que depois veio se chamar MATO GROSSO, extraviaram-se muitos animais vacuns e cavalares.

Foram as primeiras sementes do gado BAGUÁ e dos CAVALOS PANTANEIROS, aqui encontrados muitas décadas depois.

No final do século XVII, quando os BANDEIRANTES MAMELUCOS vindos de São Paulo, andaram por essas regiões, caçando e preando índios, para levar como escravos para as lavouras de café e cana de açúcar, puderam se abastecer de algumas cabeças de gado bravio que por aqui encontraram.

Em 1.781 os GUAICURUS já andavam a cavalo (no cavalo pantaneiro) e viviam da caça ao gado baguá, remanescentes dos gados deixados pelos Padres Jesuítas que fundaram as reduções de Santiago Del Jerês às margens dos rios Mboteteí (Aquidauana) e Mondego (Miranda).

Os Guaicurus eram os kadiwéus - ÍNDIOS CAVALEIROS – imortalizados na pintura do francês DEBRET e que vagueavam desde as cercanias da Serra de Maracajú até as lagoas Gaíba e Mandioré às margens da Serra do Amolar, descendo pelo Rio Paraguai abaixo até o Rio Apa, subindo pelos campos de Ponta Porã e margeando o Rio Vacaria (Município de Rio Brilhante).

Em 1842, quando os primeiros Mineiros chegaram ao Mato Grosso, encontraram tanto gado na região, hoje conhecida como RIO BRILHANTE, que a denominaram de CAMPO DAS VACARIAS.
Um dos primeiros mineiros a chegar foi Antonio Gonçalves Barbosa, patriarca da família Barbosa, oriundo de Piumi, Mina Gerais. Homem de visão grande, de largos horizontes, adentrou no sertão do velho Mato Grosso e fincou raízes profundas nas terras margeantes do Rio Vacaria. Trouxe consigo peões, agregados, escravos, filhos, noras, netos, filhas e genros. 
                                        
Na caravana pioneira veio Joaquim Francisco Lopes, casado com Senhorinha Gonçalves Barbosa Lopes, filha de Antonio Gonçalves Barbosa.

Joaquim tinha um irmão de nome José Francisco.

Os irmãos LOPES eram sertanistas e foram enviados pelo Barão de Antonina, Governador da Província do Paraná para levantar os rios do sertão do Mato Grosso (Rios Paraná, Ivinhema, Dourados, Vacaria, Miranda, Aquidauana, Apa e quantos mais houvessem na região).

Primeiro vieram Joaquim e Senhorinha e levantaram posse (Fazenda Jardim) às margens do Rio Miranda (Rio Mondego – na língua dos índios Kadiwéus).

Depois veio José Francisco à procura de seu irmão.

Mas ao chegar na Fazenda Jardim, às margens do Rio Miranda, onde hoje está a cidade de Guia Lopes da Laguna, encontrou a cunhada de luto.

José Francisco resolveu ficar por uns tempos para ajudar a cunhada nas lidas do campo, para cuidar do gado e para garantir da defesa da posse das terras, tanto dos índios quanto dos Paraguaios que por aqui vagueavam saqueando fazendas e roubando gado.

Ficou e foi ficando, até se enamorar pela cunhada e casar-se com ela. Melhorou a posse e teve vários filhos.       

Em 1865 rebentou a Guerra do Paraguai e, a mando de Francisco Solano Lopes, o General Resquim invadiu o Mato Grosso, fazendo saques e prisioneiros.

Uma das saqueadas foi a Fazenda Jardim. Na ocasião José Francisco estava de viagem para Miranda, com os filhos maiores, levando uma partida de gado para vender. Dona Senhorinha estava só com os filhos pequenos. Levaram tudo o que encontraram de valor. A dona da casa e os filhos  foram feitos prisioneiros de guerra, levados para Concepcion, no Paraguai 

Na esperança de salvar sua família, José Francisco se incorporou nas Forças Brasileiras quando a célebre Coluna Mato Grosso cruzou por aquele fincão no início da Guerra do Paraguai.

Nessa guerra o Exército Brasileiro também se abasteceu do gado baguá aqui encontrado e fizeram parte da remonta de seu exército com “cavalos pantaneiros” da tropa de José Francisco Lopes, existentes na Fazenda Jardim.

Os brasileiros cruzaram o Rio Apa, onde hoje é a cidade de Bela Vista e adentraram em território Paraguaio, indo até um lugar conhecido como Laguna.

De lá foram batidos pelo exército Paraguaio, iniciando a epopéia que ficou conhecida na história como Retirada da Laguna.

O retorno das tropas brasileiras no início foi difícil. Mas mais difícil ficou depois que cruzaram o Rio Apa e os Paraguaios atearam fogo nas macegas altas e volumosas dos campos de Bela Vista.

Além do fogo e da fumaça mortífera, os soldados brasileiros tiveram que lutar contra o escorbuto, cólera morbus, um inimigo mais letal do que os paraguaios.

No meio do fogo cruzado, balas, canhonaços e fumaça, os engenheiros do exército não sabiam mais para onde ir.  Lembraram-se do sertanista José Francisco Lopes, o fazendeiro que tinha sido incorporado às tropas para tentar salvar sua família. Contaram-lhe que estavam perdidos e pediram sua ajuda.

Consta na  “ordem do dia” daquela época que José Francisco teria dito:
                                                                                                           
 “Dos campos das Pedras de Cal aos campos do Capim Rei, eu sou o rei. Sigam-me que os levarei  até a Fazenda Jardim, do outro lado do Rio Miranda.


Os campos das Pedras de Cal são os existentes no Morro Margarida, Município de Bela Vista e os campos do Capim Rei  ficam no alto da Serra de Maracajú, próximo à cidade do mesmo nome.    

José Francisco guiou as tropas do Exército Brasileiro, até a barranca do Rio Miranda, de onde avistava sua fazenda. Mas, infelizmente também foi acometido do cólera morbus.

Chegou de padiola, como tantos soldados moribundos. Morreu vendo sua amada fazenda do outro lado do Rio. Antes de morrer teria dito:  

“O remédio para o cólera morbus são as laranjas do meu pomar. Atravessem o rio e comam e tragam para salvar os que não puderem chegar lá. ” Gente continue Lendo aqui nesse Link Meu Cavalo Pantaneiro Por que a historia é Longa mas é muito bonita

Aqui postei algumas fotos do Fael participando de uma prova do Laço em Costa Rica MS