“Agora, no fim, posso falar mais claramente com vocês. Os discursos de eliminação, esse nome gozado que deram pras ‘croniquetas’ com que preparo vocês pro resultado do Paredão… esses discursos são cartas enigmáticas por definição, pois têm que cuidar de não dar pistas pra vocês, sempre tão atentos e afiados pra pescar informações nas entrelinhas e interpretar até os meus silêncios.
Pois o que eu tenho a dizer, olha que pedreira, não é no confessionário, é na frente de todo mundo, e a justificativa tem que ser antes e tem que provocar quem vai ficar e, às vezes, sugerir, às vezes confundir… e quem está no Paredão não entende nada mesmo. Nem poderia entender, nervoso demais… “batatinha quando nasce se esparrama pelo chão” vira um verso de Homero em grego antigo.
Hoje não, hoje eu posso falar quase tudo. Posso, pois hoje são duas vitórias. Apesar da diferença de valor dos prêmios, são dois campeões. Chegaram até aqui, cada um por seus próprios méritos e motivos. Cada um construiu seu caminho, singular e vencedor.
São dois vencedores que, como diz Fabiana, lutaram tanto contra si mesmos quanto contra os outros. E não é assim a peleja cotidiana? A gente acalmar a pancadaria no coração para encarar o ringue lá fora? Bob Dylan disse de maneira simples e melancólica. “A vida é triste, a vida é um porre. Tudo o que você pode fazer é fazer o que deve fazer. Você faz o que tem que fazer e faz direito”.
Cheeeeiiiaa de curvas, Fabiana, Fábi, Mama, Fabiana Teixeira, Fabiana… um tipo de entrega, uma intensidade e um registro de ‘bigbrodagem’ como a gente ainda não tinha visto. Curvas: agudos picos… abismos mudos…
Louquinha? Louca? Nem coisa nem outra? O enigma ‘quem é Fabiana’? é proclamado em alto-falantes pela própria Fabiana. É um avião? Uma garota-propaganda disposta a tudo pelo sucesso? É uma mulher feira de pura determinação, que determinou que iria até o fim, sempre e mais? É uma jogadora de pôquer, que antes de ver o jogo que tem, nas mãos, trata de desestabilizar o oponente? É uma intuitiva apaixonada e apaixonante, diante de quem ninguém fica indiferente? Talvez tudo isso?
Fael, não: a primeira coisa que ele tenta esconder é seu segredo. Sem deixar de sugerir que tem, tem sim um segredo. A esse mistério, apenas intuído pelo público, soma-se o carisma, este gritante, reconhecido de imediato pelo telespectador.
Agora, defina carisma. E o que não é mistério em Fael? Não é mistério o mel do olhar, o charme discreto da simpatia, um certo ar desconfiado, um jeito bonzinho. Mas vai nessa de bonzinho! Chama ele de bonzinho, chama… não é mistério sua capacidade de expressão, sua sagacidade. Não é mistério que ele cresce quando desafiado. Nem parece, mas é tão competitivo quanto Fabi. Não é mistério que cada palavra que ele ouve – e ele bebe palavras –, cada palavra que escuta se transforma em dez novas palavras do livro dele. Não é mistério que pratica seu desejo ético. Delicado em sua firmeza. Seguro em sua fragilidade. Sincero em seu silêncio.
Como disse o poeta Caetano? É um homem comum, qualquer um. E ninguém é comum. E ele, é ninguém? Não sei em que escola foi, mas Fael aprendeu a aprender. Mostrou isso aí dentro. Olhando de frente, parecia que Fael traçava uma linha reta. Olhando de perfil, vê-se uma clara curva, ascendente.
Tudo o que você podia fazer era fazer o que devia fazer. Você fez o que tinha que ser feito, e fez direito.
Campeão, Fael”.
Fael foi campeão com 92% dos votos em 29 de março de 2012. Fabiana ficou em segundo lugar.
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